Famílias removidas, há dois anos, com a promessa de que teriam casa, energia elétrica, água e dois hectares de terra para produzir o que sabem: alimentos. Mas o governo não cumpriu o prometido.

Famílias oriundas das Chácaras Santa Luzia e Cabeceira do Valo - Estrutural, há dois anos, por exigência do contrato no Programa Social de Urbanização da Estrutural, promovido entre o Banco Mundial e o GDF, foram removidas para o Monjolo com a promessa do GDF de que teriam casa com energia elétrica, água e dois hectares de terra para produzir o que sabem: alimentos. Mas o governo não cumpriu o prometido.


Mas os moradores demonstram que a esperança de tão logo ver tudo resolvido, fala mais alto. A fé os motiva a continuar lutando pela moradia prometida, com um mínimo de conforto e segurança para produzir seu próprio sustento. “Mesmo com todos os problemas o assentamento é um sonho e estou muito feliz de estar aqui”, disse Ivone Dionísio do Couto. Dona Dalva vendeu uma máquina de costura e uma televisão para começar o plantio de pimentão, “a Emater deu assistência, consegui um financiamento de custeio junto ao BRB e quando já estava tudo plantado, veio o embargo e perdi tudo. Só sobrou a dívida com o banco e que ainda não tenho como pagar”, lamentou dona Dalva.

Em um lugar onde falta tudo, a lista de reivindicações é grande porém, os moradores citaram as principais faltas: Correio que não chega, porque não tem CEP; Transporte público não existe; Telefonia - não há orelhões na região; Estradas, quando não é atoleiro é muita poeira que adoece principalmente os idosos e crianças; Segurança precária.
Um outro problema gerado pelo impasse promessas não cumprida pelo GDF, “é sobre as contas de energia elétrica, que os moradores não estão pagando porque o GDF não cumpriu com a parte dele e ainda não entregou as casas. Não se sabe como vão negociar com a CEB, mas querem que o GDF os isentem dessas contas até a entrega das casas.” disse Paulo, presidente da associação.

Já Rodrigo Domingos tem uma pequena granja. Tudo muito rústico mas, produzindo o suficiente. Mudou-se há cerca de um ano e hoje planta milho, cria galinha d‘angola e galinha caipira. A água utilizada é trazida por caminhão pipa “porque não pode furar cisterna enquanto não tiver a licença ambiental”, informou Rodrigo que falou também das necessidades da região “os assentados precisam de maior capacitação para produzir mais”. Disse que existem alguns processos dos moradores contra o GDF como: danos morais e materiais (22 famílias); meio ambiente; e direito do cidadão.
Mesmo com todas as dificuldades, sem estrutura, alguns sem água, outros sem energia, todos sem banheiros, morando precariamente. Quando perguntados pelo que esperam do assentamento, os olhos brilham ao sonharem com o prometido, mas sabem que terão de lutar muito para realizá-lo.

Isso é Bão Também!!!
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